terça-feira, 26 de julho de 2011

Naquele Instante - (Josué Firmino dos Santos)

Ferido e caído,
 sem forças pra levantar;
 apenas tentando continuar;
 sem o menor resíduo de resistência;
 sem a menor possibilidade de suportar sobre si mais um grama;
 desfalecido, entregue ao momento desencadeador do concreto e do abstrato;
 entre o sólido e o abrir as asas para o desconhecido; entre o inspirar e o não liberar a expiração; 
entre o continuar e a terminação; 
completamente entregue ao minúsculo instante da extração do que se tritura para liberar o sumo;
 entre a filtração do insubstancial e a substância; 
no momento último do fim e o iniciar da devolução;
 no escapar do ajuntamento de uma fenda; bem aí,
 logo aí, a vida desvia o olhar e alheia-se à cruciação.
Então, o que pode nos aliviar?
Alguém responde: 

a esperança de que Ele nos volte Sua face e mais uma vez diga:
“num ímpeto de ira, por um momento eu escondi de você o meu rosto;
 agora, com amor eterno, volto a me compadecer de você” (Is 54:8).

(Josué Firmino dos Santos)










Um comentário:

  1. Lu, vim agradecer a tua visita, obrigada!
    Já estou te seguindo tbem. Parabéns seu blog é lindo.
    Abraços com carinho
    Lurdes

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