quarta-feira, 20 de abril de 2011

Mundo Real -Letícia Thompson

Mundo real
Estamos vivendo um período em que procuramos suprir nossas
carências
no mundo virtual. Damos incondicionalmente do nosso tempo e oferecemos muito de nós. Nos abrimos, enviamos flores virtuais, abraços
virtuais
, palavras de consolo, infinitos bons dias e boas noites. Trazemos
sonhos
e oferecemos nossa amizade sem nos questionar.
Sabemos pouco uns dos outros, mas isso não tem importância. Quando
a porta do mundo virtual se abre, entramos e não nos preocupamos em
saber
se existe uma porta de saída.

Enquanto isso, ao nosso lado, na nossa vizinhança, na nossa cidade e, mesmo,
dentro
da família, as pessoas vão sendo deixadas.
Nos esquecemos do bom dia diário, do sorriso luminoso que pode iluminar
o dia de alguém, de um olhar sincero do "pode contar comigo" que
escrevemos tantas vezes a quem não conhecemos.

Mas quando Deus permitiu que a internet fosse criada,
foi para que mais portas se abrissem e não que outras fossem fechadas.
Penso que Ele queria que nos abríssemos para o mundo, mas que jamais
desejou que nos fechássemos em nossa casa.

Então, por que não trocar de vez em quando algum tempo diante do pc por
uma boa xícara de café com alguém que conhecemos? No lugar de um
e-mail
de bom dia que vai ficar guardado numa caixinha virtual, um caloroso
bom
dia por telefone que vai ficar guardado no coração. Uma boa
gargalhada
a dois, três ou mais pode ser ainda mais saudável que
uma solitária diante de uma tela.

Experimente de vez em quando voltar ao mundo real. Ser uma bênção
virtual
é enriquecedor e nos traz grandes satisfações. Mas se, além disso,
podemos ser uma bênção real e uma real bênção, nossa missão de ser anjos
na terra vai estar sendo maravilhosamente cumprida.

Esta mensagem é de autoria de
Letícia Thompson

Braine-l'Alleud, principal cidade da região Brabant Wallon
- Bélgica -
http://www.leticiathompson.com
leticiathompson@skinet.be

O Homem Triste

O homem triste
Você passou por mim com simpatia, mas quando viu meus
olhos parados indagou, em silêncio, por que vagueio pelas ruas.
Talvez, porisso, apressou o passo e ainda que quisesse chamá-lo
a palavra desfaleceu na boca. É possível que você suponha que eu desisti
do trabalho, no entanto, ainda hoje bati de porta em porta em vão.
Muitos disseram que eu ultrapasei a idade para ganhar o pão. Como
a madureza do corpo fosse a condenação à inutilidade outros
desconhecendo que vendi a minha melhor roupa para aliviar a
esposa enferma me despidiram apressados crendo que fosse
eu um vagabundo sem profissão. Não sei se você notou quando
o guarda me arrancou da frente da vitrine a gritar palavras duras como
se eu fosse um malfeitor vulgar. Contudo, acredite, nem me passou
pela mente a idéia de furto apenas admirava os bolos expostos
recordando os filhinhos a me abraçar com fome quando retorno à casa.
Talvez tenha observado as pessoas que me endereçavam gracejos
imaginando que eu fosse um bêbado porque eu tremia apoiado ao poste.
Afastaram-se todos com manifesto desprezo, mas, não tive coragem
de explicar que não tomo qualquer alimentação há três dias.
A você, todavia, que me olhou sem medo, ouso rogar apoio e cooperação
agradeço a dádiva que me ofereça em nome do Cristo que dizemos
amar e peço para que me restitua a esperança a fim de que
eu possa honrar com alegria o dom de viver.
Para isso, basta que se aproxime de mim sem asco para que eu saiba
apesar de todo o meu infortúnio que, ainda, sou seu irmão.



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Esta é a mensagem de um homem triste, quiçá, como tantos que vemos
perambulando pelas ruas. É bem verdade que alguns são, de fato, pessoas
que se comprazem na ociosidade. Todavia há os desafortunados que apesar
de trabalhar a vida toda não puderam ajuntar moedas para o sustento próprio
e da família e que chegado à madureza são condenados pela sociedade
a viver como réprobos, embora, sejam pessoas dignas.
É comum observarmos homens e mulheres puxando um carrinho de papéis
e outros objetos recicláveis para prover o próprio sustento.
São nossos irmãos de caminhada evolutiva que não tem coragem
de viver na mendicância. Porisso, trabalham com dignidade. Muitos de nós,
no entanto, nos enfadamos com essas criaturas que atrapalham o trânsito com
seus carrinhos indesejáveis.
O que não nos damos conta é que além do peso do carrinho tem,
ainda, que carregar sobre os ombros o peso da humilhação e do desprezo
impostos por uma sociedade indiferente. É verdade que todos nós estamos
colhendo o que plantamos e que aqueles que passam por essas situações
precisam dessas experiências para crescerem espiritualmente.
Entretanto, são nossos irmãos, filhos do mesmo Pai Criador e merecedores,
sem dúvida, no mínimo, do nosso respeito. Senão os podemos ajudar que não
os atrapalhemos jogando-lhes palavras amargas nem os menosprezando
dificultando ainda mais a sua caminhada.
Você sabia que muitas pessoas que hoje vivem na miséria já foram
muitos ricas em outras existências e vice-versa. As leis divinas, a todos,
nos reserva as lições para progredir e a lógica diz que aquele que é rico
e esbanja sua fortuna em futilidades e em proveito próprio precisa
passar por necessidades materiais para aprender a valoriar os tesouros que
Deus lhe empresta, a fim de que possa progredir.


Mensagem enviada pela internauta do Rio de Janeiro (RJ)

IARaymundo