quarta-feira, 13 de julho de 2011

Um ajuste de vontade

Certa feita, Jesus afirmou que não fazia a Sua vontade, mas a do Pai do céu.

Em uma leitura apressada, talvez se conclua que Ele abdicou de Sua liberdade enquanto esteve na Terra.

Nessa linha, teria renunciado até à faculdade de querer, para atender os desígnios Divinos.

Ocorre que a liberdade é um dos grandes atributos espirituais, que confere mérito a qualquer conduta.

Nenhum ser humano minimamente equilibrado e refletido se disporia a agir como marionete.

Quem aceitaria se tornar um escravo, mesmo a preço de ouro?

Jesus também disse que a verdade nos libertaria.

Bem se vê o quanto a liberdade é preciosa, pois representa a culminância de um processo de aprendizado.

Quando o Espírito compreende a essência dos mecanismos que regem a vida, torna-se amplamente livre.

Liberta-se da ardência dos sentidos, de dores e de vícios.

A liberdade é uma Lei da vida.

Tem como suas naturais contrapartes a responsabilidade e o mérito.

Porque pode optar entre várias condutas possíveis, a criatura tem mérito ou demérito conforme o que decida realizar.

A ninguém é lícito suprimir a liberdade do próximo ou transferir a responsabilidade dos seus atos a terceiros, ao segui-los sem refletir.

Assim, ao eleger a vontade Divina como Sua, Jesus não abdicou da Sua própria liberdade.

Ele a utilizou da forma mais sublime possível.

Absolutamente livre em Sua excelsa pureza e sabedoria, decidiu querer o que Deus queria.

Por livre vontade, tornou-Se o instrumento da misericórdia Divina na Terra.

Fez-se professor, médico e amigo de Seus irmãos menores.

O Cristo não Se ressentia da missão que Lhe cabia.

Não reclamava e nem blasfemava.

Com Seu íntimo asserenado pela completa integração com o Divino, foi forte e sábio em todas as situações.